Lago

Olhei para a minha mão que ainda estava um bocado suja so seu sangue e de seguida para ela. - Não sei, mas não me apetece que morras hoje, ainda por cima na minha companhia. Para além de que se morresses ião-me culpar a mim - supirei revirando os olhos.

-Não... descansa.-suspirei. - Infelizmente iam logo saber que não era por tua causa. - passei a minha mão de forma inconsciente pelo seu braço e sorri. -Obrigada, outra vez. - aproximei-me dele dando-lhe um beijo na bochecha.

Fiz uma careta não percebendo porque é que ela estava a fazer aquilo, não recebia um beijo de agradecimento à algum tempo.
-Não agradeças. - suspirei olhando para o relógio e vendo que eram seis horas da manhã. Tinha passado assim tão depressa? - Vais voltar para o hotel? - Perguntei.

-Agradeço sim, o Joshua não ia conseguir fazer tudo ao mesmo tempo.- suspirei desabafando, a verdade é que pela primeira vez sentia medo deles.-Não posso... eles já sabem onde ando.-engoli em seco e suspirei.

-Mas eu não fiz aquilo obrigado - encolhi os ombros - Precisava de acção. Podes agradecer por ter morto um deles que por acaso sabia muito mal - fiz uma cara enojada e suspirei. - Então para onde vais? Eles acabam por encontrar na mesma.

Coloquei-me me bicos de pés para lhe chegar á testa dando-lhe outro beijo. - Obrigada então.-sorri. - Eu ainda não sei...mas não posso de maneira alguma voltar para lá.- suspirei. O sol começou a espreitar - tutela a sole protegit, ut aqua piscibus- disse colocando uma mão sobre ele e puxei-o para o sol fazendo-o ver que estava sobre uma protecção que o fazia poder andar ao sol.

Sorri ao perceber o que ela fizera, mas mesmo assim percebi que - provavelmente - graças a ela não estar a 100 % o feitiço ou lá o que eu poderia chamar àquilo que ela fazia não estava completamente fiavel. Senti um arrepio e depois uma tontura em que tive que pestanejar os olhos algumas vezes. - Não estás segura debaixo de água? - Perguntei afastando-me ligeiramente para a sombra.

-Não, está a haver guerra no meu mundo. - sorri para ele aproximei-me mais dele. Fechei os olhos por momentos e suspirei. - Só espero que passe depressa. - murmurei.

Levantei as sobrancelhas e suspirei.
-Sobrevives sem ir lá? - Perguntei curioso olhando para o rio atrás dela. Sentei-me encostado ao tronco de uma árvore e bati no chão como para lhe pedir que fizesse o mesmo.

Sentei-me ao lado dele e coloquei a minha cabeça no seu ombro. - Sim.- senti e suspirei. - Fico é fraca, mas sobrevivo.- sorri. - Só te alimentas de sangue? - olhei para ele curiosa e cruzei as pernas.

Respirei fundo tentando controlar novamente os meus instintos quando ela pousou a sua cabeça no meu ombro.
-Claro, eu sou um vampiro - sorri levemente. - Querias que me alimentasse de mais o quê? - Perguntei olhando-a.

- Nunca conheci nenhum...-sorri meia nervosa e suspirei. - Mas...pronto tu já foste humano?-perguntei olhando-o nos olhos. - Quantos anos tens tu agora?- sorri levemente com a minha pergunta e coloquei uma mecha de cabelo atrás da minha orelha num puro ato de timidez.

-Estou num interrogatório agora? - Perguntei rindo-me e tentando descontraí-la. - É claro que fui humano - empurrei-a levamente com o ombro - tenho 732 anos- fiz uma careta - ou por volta disso. - suspirei pegando num pau e começando a fazer linhas e circulos no chão.

- Sim - soltei uma gargalhada.- Já te apaixonaste? Os vampiros fazem sexo? - engoli a seco. - Gostavas de envelhecer? - perguntei um bocadinho rapido pois tinha interesse em saber, mas estava a ser ... bem interessada demais. - Desculpa...as perguntas! Mas...só uma coisa, tens poderes? -soltei uma gargalhada.- Gostava de saber tudo sobre ti...quer dizer sobre a espécie, claro!-corrigi rapidamente.

Arregalei os olhos com tantas perguntar mas acabei por me rir abanando a cabeça.
-Vamos por partes miúda - sorri lembrando da primeira questão dela. - Não, nunca me apaixonei - encolhi os ombros, nunca calhou. - É claro que fazemos sexo até as pulgas fazem sexo, e aliás, somos muito bons naquilo que fazemos - pisquei-lhe o olho sentindo o sol a aquecer. - Não sei se gostava de envelhecer - suspirei - nunca pensei nisso. - Parei um bocado não conseguindo decidir se quereria ou não. - Agora se tenho poderes ou não - encolhi os ombros novamente - vais ter que esperar para saber - sorri adorando ver a cara curiosa dela.

Sorri olhando para ele. - Oh , deixa estar também não perdeste grande coisa. - sorri novamente, puxei-o mais para mim ,visto que eu estava na sombra deixando-o, também protegido pelo carvalho. Soltei uma gargalhada com o que havia dito. - Oh...- murmurei e olhei para ele.- Deve ser espectacular ser semi-eternal. - suspirei. - Ainda não percebi como conseguem matar pessoas, que têm uma familia...não podiam matar...os criminosos? Sei lá!- olhei para ele nos olhos mais um vez. Passei com um dedo meu num dos biceps que ele possuía desenhando uma curva. - Ah e já agora, eu cheiro muito bem para a tua espécie para atraí-la ... nunca me mordas...é perigoso para ti, porque eu não morro assim.- pisquei-lhe o olho e suspirei, a verdade é que ser sereia era uma treta.

Virei a cara bruscamente quando ela falou em matar pessoas que têm família.
-Os criminosos também têm família e não é por serem assim que merecem morrer. - defendi-me a mim, e também à minha espécie - Está descansada que também não me apetece morder-te - menti revirando os olhos e estremecendo ao ver uma mancha de sol no meu braço.

- Sabes lá?! - revirei os olhos e esbocei um sorriso de gozo.- Sabes que leio pensamentos? - soltei uma gargalhada.- Troca comigo, que não me apetece ver um morcego a assar. - gargalhei novamente e levantei-me para trocar de lugar com ele quando senti a dor onde tinha sido atingida nas costas, grunhi novamente. - FUCK!- murmurei alto e olhei para trás para ver se estava ali alguém.- Porra é pior que parir, filhos de uma puta. - murmurei e estendi a minha mão para tras como reflexos congelando Patrick, levantei a mão e fechei-a com força vendo-o a ser puxado para o rio e a ser engolido. Sorri. - Pai, toma conta bem dele - soltei uma gargalhada e depois olhei para engolindo a seco. - Vais ter de te esquecer de tudo, mas agora vais te esquecer de mim também.- avisei-o olhando para ele.- Desculpa.-murmurei e aproximei-e dele para ditar o feitiço.

Levantei-me ficando mais alto que ela e semicerrei os olhos.
-Deves pensar que sou algum boneco não? Primeiro desbloqueias as minhas memórias e depois queres tirar-mas outra vez? - Perguntei indignado - Bem podes esquecer - resmunguei preparando-me para ir para outra sombra.

-Caraças, por amor de Deus. - Revirei os olhos e puxei-o pelo braço, como esperava que ele resistisse fiz força demais embatendo com o corpo numa árvore juntamente com o corpo dele. Fitei-o e olhei-o nos olhos sentindo a sua respiração perto da minha. - Eis uma boa oportunidade para me morderes.- murmurei rindo-me.

Respirei fundo sentindo as minhas presas a descerem e engoli em seco concentrando-me.
- Querias - rosnei afastando-me virando costas e olhando para o céu azul que já não via à alguns tempos.

Puxei-o mais uma vez. - Estás sempre a fugir de mim.- murmurei e deitei-me no chão sobre a relva e coberta pela sombra da grande árvore. Suspirei. -Já engravidaste alguma rapariga? - perguntei olhando para ele com atenção. Tacteei a erva passando a mão por ela com cuidado e fechei os olhos sentindo a sua textura.

-Não estou a fugir de ti, estou a afastar-me de ti e a culpa é tua por me estares a ameaçar-me apagar as minhas memórias outra vez. - resmunguei sendo puxado para ela e encostei-me ao tronco com um suspiro - Já. - revirei os olhos.

-Se eu quiser apago sem te dizer nada, basta só pronunciar uma palavra e pensar em ti.-suspirei.-Então tens um filho? - perguntei colocando a minha cabeça sobre as suas pernas para poder olhar para ele.

-Então escusas de fazê-lo, porque se isso acontecer és morta por mim - ameacei arrancando um bocado do tronco da árvore e começando a brincar com ela entre os dedos. - Não, não tenho nenhum filho, felizmente.