Loja de Roupa

Virei-me repentinamente quando senti as roupas serem puxadas mas ele levou duas peças nas mãos.
-Não preciso de ajuda, acho que podes ir embora - disse baixinho com o coração ainda a querer-me saltar pela boca.

Vi-a a olhar para mim e ri-me.
-Gostas mesmo do que vês - brinquei inspirando todo o seu perfume. Oh, fogo que esta cheirava mesmo bem. -Espero que também gostes de presas.

Algo me fez parar e eu olhei para ele devagar, vendo a sua cara sincera. Peguei numa das peças que ele tinha nas mãos com cuidado e coloquei-as para cima das outras.
-Sou a Debbie - apresentei-me olhando para as roupas e sentindo-me, não sei porquê, a corar.

Aproximei-me também não tirando o meu sorriso do rosto. - Tenho demasiados séculos de experiência para te conseguir desiludir - disse baixo mordendo o seu lábio inferior com pouca força.

Estremeci e praticamente saltei quando senti uma mão dele nas minhas costas, só não gritei porque mordi o lábio. Arregalei os olhos sentindo-me zonza por uns segundos por causa do nervosismo, mas conseguindo recompor-me a tempo de chegar à caixa. Passei o dinheiro à empregada comprando até o que não queria e respirei fundo acalmando-me. Olhei para a mulher e vi-a a lançar olhares para David. Voltei a olhar para baixo, como é que ela conseguia e era apenas uma humana? Ela colocou tudo nas sacas e deu-me, antes de pegar nelas olhei para Meg que parecia já estar aos beijos com o outro. Suspirei.
Só podem estar a gozar comigo praguejei baixinho percebendo que tinha que ir sozinha para casa.

-Homem mais velho por aqui não há - pisquei-lhe o olho e os meus olhos focaram-se no seu pescoço fazendo-me lamber os lábios inconscientemente. Ela ia saber tão bem.
-Aqui não vai ser de certeza - ri-me abanando a cabeça e endireitando-me - Vamos para um hotel. - fi-la vir comigo pegando na sua cintura e puxando-a contra o meu corpo.

Engoli em seco pegando nos três sacos e olhei para David pelo canto do olho enquanto ele me seguia a meu lado.
-Sou - respondi à pergunta dele depois de ter dito pela centésima vez que não me fazia nada. - E posso-te fazer muito mal se me fizeres alguma coisa - ameacei. Sim e também se me conseguisse controlar, murmurei para mim mentalmente.

-Eu não meto medo a ninguém - disse baixinho - muito menos a vampiros - acrescentei - E também não sou estranha. - resmunguei chocando quase contra um homem por estar distraída a falar com ele.

-Não consigo estar concentrada contigo ao lado, por isso a culpa é tua - confessei acusandoo e olhando para a sua mão a prender o meu braço. Suspirei largando-me com calma para que ele não repetisse novamente a mesma coisa do: eu não te faço mal.

Sorri timidamente com a sua cara de ofendido. - Não és nada convencido pois não? - ironizei vendo-o a passar as mãos pelos cabelos e vendo que ele era mesmo lindo de morrer. 'eu sou só um vampiro' repeti a frase dele mentalmente. - Esse é o problema.