Bosque

Espetei-lhe um dedo na barriga.
- Porque não quero que mordas humanos. Mesmo tendo sangue em casa, como dizes, sei que os vampiros preferem sangue de um humano. Quente.
Ou porque, na verdade, ouvira dizer que era uma sensação excelente...

Suspirei.
- Se o teu único problema sãos os humanos, já te disse que não tens de te preocupar...-declarei.

Olhei-o.
- E queres que fosse o quê?

Encolhi os ombros.
- Nada...-disse.

Olhei-o, arqueando o sobrolho.
- Para além do mais, era uma experiência nova.

Olhei-a espantado.
- Não me digas que também tens esse fetiche...-bati com a mão na testa.- oh por favor...

Olhei-o, esbugalhando os olhos.
- [b]O quê?[/b] - abri a boca, completamente espantada. - [b]Ando eu a salvar humanos de sanguessugas como vocês e ia ter um fetiche?! Por favor...[/b]
Afastei-me.
- [b]Primeira nota sobre vampiros: São uns convencidos do pior. Segundo: Um em especial, de seu nome Nick, é um ser que não sabe ser o que é.[/b] - provoquei.

Revirei os olhos e senti-me ligeiramente irritado com a sua provocação.
Encosteia ainda mais à árvore e de um momento para o outro já sentia o sabor a sangue na minha boca.

De um momento para o outro, de forma completamente repentina, encontrava-me novamente encostada à árvore, com os seus dentes cravados no meu pescoço.
Ao primeiro impacto, a minha vontade foi gritar. Muito. E afastá-lo. Mas quando me ia preparar para o fazer (nem que tivesse que utilizar magia para o imobilizar), um gemido escapou-me por entre os lábios.
Segurei-o pelos ombros, deixando a cabeça pender para ter mais acesso ao meu pescoço e semicerrei os olhos, sentindo o prazer daquele momento se apoderar do meu corpo.

Quando pensei que iria gritar e tentar fugir ou até mesmo parar-me com os seus poderes, um gemido brotou dos seus lábios. Fechei os olhos, saboreando aquela maravilha. Quando me apercebi de que não poderia beber mais, retirei a minha boca do seu pescoço, lambendo-o duas vezes para que sarasse.
- Satisfeita?- olhei-a.

Estremeci quando a sua língua passou pela marca dos seus dentes.
- Estás mais que eu, aposto. - disse ofegante.

Assenti.
- Sabes bem...- constatei.

Fiz uma careta.
- Cuidado. Ainda te faço adorar fadas! - provoquei.

Torci o nariz.
- A probabilidade de isso acontecer é praticamente nula...-provoquei.

Olhei-o de forma desafiadora.
- Vê se apanhas aqui a fada, vampirinho.
Libertei as asas, começando a voar pela floresta.

Ergui uma sobrancelha e quando a vi começar a fugir, usei a minha velocidade para a tentar apanhar. Subi as árvores, tornando o trajeto mais fácil.

Apareci atrás dele de forma sorrateira, tocando-lhe no ombro e mordendo-lhe a parte de trás do pescoço levemente; afastei-me, utilizando a velocidade que a minha mãe me ensinara a usar.

Rugi quando a senti fugir depois de me ter mordido o pescoço.
Concentrei toda a minha velocidade e finalmente consegui apanhá-la, deitando-me por cima dela na relva.
- Não me chames vampirinho de novo...-avisei, ofegante.

Ri-me, passando as mãos pelo seu pescoço.
- Porquê? - provoquei. - Vais raptar-me, vampirinho?

Mordi o seu nariz.
- Não abuses, olha que rapto mesmo...-ameacei.

Ri-me, enquanto passava a mão pelo nariz depois de me ter mordido levemente.
- Oh, sim. Não eras capaz! - abanei a cabeça.
Elevei-me um pouco, apoiando-me pelos cotovelos.

Gargalhei ironicamente.
- Não me provoques, que não sabes do que sou capaz...- ameacei, fazendo-a deitar-se na relva e colando os nossos narizes.

Sorri.
- Tantas ameaças.
Rocei o meu nariz no seu.

Esboçei um sorriso.
- Olha o que temos aqui: uma fadinha provocadora...-falei perto dos seus lábios.

Ri-me.
- Olha que não é com todos.